terça-feira, 29 de setembro de 2009

Então, vamos escrever.



Os dedos e a porção criativa do cérebro estão de alguma
forma unidos por antigas relações, pois a criatividade
sempre esteve ligada às mãos – a modelagem das
pontas das lanças, o feitio das raspadeiras e sovelas,
o trançado dos cestos, o desenho nos muros de pedras,
o feitio dos vasos – toda a criatividade do homem
parece estar atrelada às suas mãos.
E acho que é assim hoje.
Quando nos engajamos no ato físico de escrever,
surge uma ligação entre as mãos e aquela parte
do cérebro onde estão armazenadas nos nossos
poderes criativos, de modo que temos mais
probabilidade de gerar uma idéia nova enquanto
escrevemos do que enquanto nos engajamos
apenas no simples ato de pensar.

Gerry Spencer

LIVRO AMIGO.



Certa vez li um post no twitter mais ou menos assim:

“quando acabo um bom livro é como se perde-se um grande amigo.

Gostei da analogia e fiquei pensando em quantos amigos não li

e em quantos livros não conheci.


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ILUSÕES - Richard Bach



“Eis um teste para saber se você

terminou sua missão na Terra:

se você está vivo, não terminou.”


Li esse livro há alguns anos atrás e
essa sentença me marcou profundamente.
Todos temos o nosso tempo e não há
força que possa interceder a nosso
favor. Para onde vamos? Também não
posso responder. De onde venho?
Outra para a qual não tenho resposta,
o que posso afirmar é: ESTOU AQUI AGORA,
meu próximo minuto é incerto, porém, ainda estou vivo.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ignorância Sábia.



Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com as espigas de trigo, que se erguem orgulhosamente enquanto vazias e, quando se enchem e amadurece o grão, se inclinam e dobram humildemente. Assim esses homens, depois de tudo terem experimentado, sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de coisas tão diversas, renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância. (...) Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia, ele respondeu que a única coisa que sabia era que nada sabia. A sua resposta confirma o que se diz, ou seja, que a mais vasta parcela do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos. Em outras palavras, aquilo que pensamos saber é parte — e parte ínfima — da nossa ignorância.

Montaigne

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O Sábio.



Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela,
desta forma já se pressupõe a feiúra.
Se todos na Terra reconhecerem o bem como o bem,
deste modo já se pressupõe o mal.
Porque Ser e Não-ser geram-se mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O longo e o curto se definem um ao outro.
O alto e o baixo convivem um com o outro.
A voz e o som casam-se um com o outro.
O antes e o depois se seguem mutuamente.

Assim também o Sábio:
Permanece na ação sem agir,
Ensina sem nada dizer.
A todos os seres que o procuram
ele não se nega.
Ele cria, e ainda assim nada tem.
Age e não guarda coisa alguma.
Realiza a obra, não se apega a ela.
E, justamente por não se apegar,
não é abandonado.


Lao Tzu - Tao Te Ching.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nós somos uma maneira do Cosmos conhecer a si mesmo.



Nós podemos explicar o azul-pálido desse pequeno mundo que conhecemos muito bem. Se um cientista alienígena, recém-chegado às imediações de nosso Sistema Solar, poderia fidedignamente inferir oceanos, nuvens e uma atmosfera espessa, já não é tão certo. Netuno, por exemplo, é azul, mas por razões inteiramente diferentes. Desse ponto distante de observação, a Terra talvez não apresentasse nenhum interesse especial. Para nós, no entanto, ela é diferente. Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas. Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, "superastros", "líderes supremos", todos os santos e pecadores da história de nossa espécie, ali - num grão de poeira suspenso num raio de sol. A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração desse ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto desse pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus freqüentes conflitos, em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes. Nossas atitudes, nossa pretensa importância de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo isso é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (...)"


Carl Sagan

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Gilgamesh


E no final da vida, após percorrer variadas aventuras para encontrar a fórmula da imortalidade, Gilgamesh encontrou uma simples 'taverneira' que disse:



"Por que vagabundear assim, Gilgamesh? / A vida sem fim que buscas, /Nunca encontrarás! / Quando os deuses/ criaram os homens, / Eles determinaram-lhes / A morte/ E reservaram a imortalidade / Apenas a eles próprios! / Tu, de preferência, / Enche a pança, / Vive alegre, / Dia e noite, / Festeja diariamente, / Dança e diverte-se, / Dia e noite, / Veste roupas limpas. / Lava-te / Banha-se, / Olha com ternura / Teu filho que te dá a mão, / E faça a felicidade de tua mulher, / Abraça-a a ti: / Pois essa é / A única perspectiva dos homens!"


(Da "Epopéia de Gilgamesh")