quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cala-te e escuta o silêncio.





Por muito tempo andamos de mãos dadas, em pequena distância um do outro. Isso possibilitava que ouvisses minha voz e eu a tua. Mas o tempo escorreu sob nossos pés e em passos tropeços nossas mãos largaram-se pouco a pouco. Ainda consegues ouvir minha voz? Te olho a distância e espero que vejas as pedras em teu caminho. Aguço minha visão ao máximo na tentativa de ver além de nosso olhos, concordo que miragens ababelam minha percepção, mas aos berros já te fiz evitar alguns tropeços. Aceito, submisso, tua vontade, mas não esqueça minha voz, essa que sempre quis ser um alento caloroso e amoroso para o teu coração. Recorde-a em seus devaneios, nas músicas de letras repetidas, e se algum dia, precisares, cala-te e escuta o silêncio, preste atenção, porque, entre as brumas, estarei chamando o teu nome na tentativa de te trazer ao meu alcance e de mãos dadas, recomeçarmos um novo caminho.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Instante Santo



O corpo é o ídolo do ego; a crença no pecado que se fez carne e então se projeta para fora. Isso produz o que parece ser uma parede de carne em torno da mente, mantendo-a prisioneira em um ponto diminuto de espaço e tempo. Devedora para com a morte, e tudo o que lhe é dado é apenas um instante no qual suspirar, se lamentar e morrer em honra ao seu patrão. E esse instante não santo parece ser a vida: um instante de desespero, uma diminuta ilha de areia seca, sem água e estabelecida de forma incerta no esquecimento. Aqui o Filho de Deus para por um breve momento para oferecer a sua devoção aos ídolos da morte e, então, seguir adiante. E aqui ele está mais morto do que vivo. Entretanto, é também aqui que ele faz novamente a sua escolha entre a idolatria e o amor. Aqui lhe é dado escolher entre passar esse instante pagando tributos ao corpo ou permitir que lhe seja dada a liberdade em relação a isso. Aqui, ele pode aceitar o instante santo que lhe é oferecido para substituir o não santo que escolheu anteriormente. E aqui ele pode aprender que relacionamento são a sua salvação e não a sua perdição.


UCEM - Cap. 20-VI: 11